O que é paralisia do sono?

“Eu acordo no meio da noite e não consigo me mexer”. Essa frase é mais comum do que se pensa e pode estar relacionada a um distúrbio: a paralisia do sono.

A incapacidade de se mover pode ocorrer durante segundos ou se prolongar até por alguns minutos, algo assustador para o paciente. Entretanto, a paralisia do sono pode ser mais simples do que parece, afirma a presidente da Associação Brasileira de Medicina do Sono, Dalva Poyares.

Ela explica que cerca de 4% da população têm o problema ainda em um estágio que não chega a ser considerado um distúrbio, com casos esporádicos de paralisia. “O quadro ocorre em um estágio específico do sono chamado fase REM (Rapid Eye Movement – movimento ocular rápido), que constitui, mais ou menos, um quarto do nosso sono”, afirma a especialista. É neste momento que as pessoas têm os sonhos mais complexos, com histórias e imagens. Nesta hora também ocorre a chamada atonia muscular, um relaxamento natural do corpo que faz com que a gente não consiga se mover.

Mas não precisa se assustar, já que é até saudável que a gente não consiga fazer alguns movimentos quando se está sonhando. Os órgãos continuam funcionando normalmente, a pessoa ainda respira, mas não consegue dar um chute, por exemplo. Imagina se isso pudesse ser feito e a pessoa está sonhando que está em uma luta. Ela poderia até mesmo cair da cama caso fizesse algum movimento brusco.

“Agora, imagina se o seu cérebro acorda do sono REM e ainda não deu tempo do corpo acordar. Você ainda está um pouco paralisado, que é normal, porém o seu cérebro acordou um pouquinho antes. Então você acorda e tem a sensação que não consegue se mexer.”

É possível também que a pessoa continue visualizando “fragmentos do sonho” mesmo já estando acordada. Isso faz com que ela tenha alucinações, imaginando sombras, pessoas ou luzes, causando um pavor maior ainda. “Geralmente, elas são apenas visuais e, dificilmente, têm ruídos.”

Tratamento

Caso a paralisia do sono ocorra frequentemente, pode sim ser considerada um distúrbio do sono, mas a neurologista afirma que são raros os casos que precisam ser tratados com medicamento. O problema pode ser ocasionado por outros distúrbios como a narcolepsia ou por doenças neurológicas. Deste modo, tratando esses quadros é possível acabar com a paralisia.

Quando a pessoa não há outros problemas, não tem muito o que se fazer para evitar que aconteça. Mas mantendo a calma e se concentrando nas pequenas musculaturas que são possíveis de se movimentar, como dos olhos e das pontas dos dedos, dá para sair mais rápido deste estado. “Não se apavore”, aconselha Dalva.

Fonte: IG São Paulo

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